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quinta-feira, 4 de setembro de 2014

Encontro reúne em Lagoa Seca Agricultoras-experimentadoras de diversas regiões da Paraíba


ASA - PB
02/09/2014
Evento vai contar com visitas de intercâmbio.
Acontece em Lagoa Seca, nos dias 03 e 04 de setembro, o I Encontro Estadual de Agricultoras Experimentadoras da Articulação do Semiárido Paraibano (ASA Paraíba). O encontro tem como lema: “Celebrando conquistas na trajetória da ASA” e acontece no ano em que a Articulação do Semiárido Brasileiro completa 15 anos de atuação. A ASA Paraíba é uma rede que articula mais de 200 organizações que trabalham com a agricultura familiar de base agroecológica. Ela integra a ASA Brasil, que por sua vez, reúne mais de três mil organizações nos nove estados que compõem a região semiárida brasileira.

O evento acontecerá no Convento Ipuarana e reunirá cerca de 100 mulheres agricultoras experimentadoras das regiões Alto e Médio Sertão, Curimataú, Cariri, Seridó e da Borborema. O objetivo do encontro é debater sobre as desigualdades entre homens e mulheres, valorizar e dar visibilidade ao conhecimento e as capacidades das mulheres agricultoras e suas formas de inserção na organização do trabalho da agricultura familiar, além de construir coletivamente caminhos para superação das situações de desigualdades.

A programação teve início na manhã de hoje com o debate sobre as desigualdades facilitado pelo vídeo A vida de Margarida. A partir da história de uma família agricultora, as mulheres poderão refletir se a vida é igual para homens e mulheres e quais são as raízes dessas desigualdades. Animadas pelo debate sobre a divisão sexual do trabalho dentro de uma unidade agrícola, as participantes poderão construir os “Caminhos de superação”.

No segundo momento, as mulheres se dividirão em cinco grupos de trabalho para o aprofundamento sobre os seguintes temas: Manejo da água nos quintais; Diversificação produtiva dos arredores de casa; Sementes da paixão; Pequenos criatórios e Acesso aos mercados. O primeiro dia do evento será encerrado com a realização de uma feira de saberes e sabores denominada Guardiãs da Biodiversidade e uma noite cultural para integração entre as participantes.

No segundo dia, a partir das 6h da manhã, as participantes se manterão divididas para fazerem cinco visitas de intercâmbio a propriedades dos municípios de Massaranduba, Queimadas, Boqueirão, Juazeirinho e Cuité para conhecer na prática experiências de mulheres agricultoras sobre os temas trabalhados nos grupos do dia anterior. Na parte da tarde, as participantes do encontro retornam para compartilhar as suas impressões sobre as visitas, o que cada uma aprendeu e o que vai levar para casa. Após esse momento, ocorrerá o debate: “Qual o significado de ser agricultora-experimentadora?”. O encontro será encerrado com uma mística final trazendo para reflexão a partilha do conhecimento.
O Encontro Estadual de Agricultoras Experimentadoras acontece em preparação para o Encontro Nacional de Agricultoras Experimentadoras, que acontecerá em Lagoa Seca, nos dias 23 e 24 de setembro, reunindo agricultoras de todo o Semiárido Brasileiro.

Problemática - Embora as mulheres trabalhem não apenas nos quintais, mas em todos os espaços dos sistemas de produção familiar, ou seja, nos roçados, na criação dos animais, nas áreas de pastagens, nem sempre participam das decisões de gestão do sistema produtivo e seu trabalho é considerado, ainda nos dias de hoje, como mera ajuda. As agricultoras acumulam o trabalho da produção de alimentos com todo o trabalho reprodutivo, promovendo uma sobrecarga de trabalho.

Seja o trabalho produtivo ou reprodutivo, bem como a economia gerada a partir dele, na maioria das situações, o trabalho da mulher permanece na invisibilidade para o conjunto da família. As agricultoras têm seu convívio social limitado, sendo privadas da participação nos espaços de debate público e decisão política, muitas vezes são impedidas de participar até das reuniões de sua comunidade, bem como dos eventos de formação da ASA. Além disso, as mulheres são submetidas a diferentes formas de violência, além da violência física, a mais aparente, sofrem inúmeras violências morais, tidas como comportamentos naturais dentro da cultura patriarcal.
Fonte: www.asabrasil.org.br

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