A nascente histórica
do Rio São Francisco, situada no Parque Nacional da Serra da Canastra, secou.
Concretizou-se o que os povos ribeirinhos e os movimentos de defesa do São Francisco
já vinham anunciando, há muito tempo. O fato acontece ao mesmo tempo em que
ocorre, em Nova York, Estados Unidos, a Conferência da Organização das Nações
Unidas (ONU) – também chamada Cúpula do Clima - para debater as mudanças climáticas
no Planeta.
Para os defensores de
uma política mais consistente de preservação ambiental, a “morte” da principal
nascente do “Velho Chico” está relacionada com o uso irracional dos recursos
naturais. “Estão praticando a destruição do meio ambiente em busca do lucro
imediato garantido aos exploradores capitalistas, que se movem por uma lógica
de curto prazo e não permitem a recuperação da natureza”, afirma José Procópio
de Lucena, agrônomo do Serviço de Apoio aos Projetos Alternativos Comunitários
(SEAPAC) e membro da coordenação da Articulação Semiárido do Rio Grande do
Norte (ASA Potiguar).
O agrônomo afirma que o “resultado dessa prática
tem sido a morte de rios, expulsão de populações, contaminação do solo, do ar e
da água, a devastação das florestas tropicais e da caatinga no semiárido, com
esgotamento dos recursos necessários à sobrevivência das populações”. José Procópio
aponta os governos, nas três esferas, como os responsáveis, porque “trataram os
gritos por socorro ao rio da Integração Nacional como sendo previsões
alarmistas, catastrofistas, sem fundamentos e como coisa de ambientalistas contra
o desenvolvimento”. Ele conclui: “agora é fato; estamos de luto pela morte de
um pedaço do Velho Chico”.
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