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segunda-feira, 22 de setembro de 2014

ASA apresenta experiência em simpósio internacional da FAO na Itália


O Simpósio Internacional de Agroecologia para a Segurança Alimentar e Nutricional aconteceu em Roma, na Itália
Marilene Souza, coordenadora executiva da ASA pelo estado de Minas Gerais
Roma - Itália
19/09/2014
Com representação de diversos países, e 400 participantes, aconteceu em Roma, na Itália, nos dias 18 e 19, o Simpósio Internacional de Agroecologia para a Segurança Alimentar e Nutricional, organizado pela Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO), e que contou com a participação de diversas organizações brasileiras como a Articulação Semiárido Brasileiro (ASA).

O discurso de introdução foi feito pela diretora adjunta geral da FAO, Maria Helena Semedo. A mesa de abertura foi coordenada pelo pesquisador da Universidade da Califórnia Stephen Gliessman, que destacou o papel dos ecossistemas locais e a etnociência no processo de construção da agroecologia. Ele encerrou sua fala afirmando que os sistemas alimentares atuais demonstram que estamos no rumo errado.

Esta mesa contou com diversos pesquisadores que abordam a temática da agroecologia. O Brasil foi representado pela Professora Irene Cardoso, da Universidade Federal de Viçosa, de Minas Gerais, atual presidente da Associação Brasileira de Agroecologia (ABA) e que colabora com o Centro de Tecnologias Alternativas da Zona da Mata de Minas Gerais (CTZ - Zona da Mata-MG). O debate ficou em torno das definições de abordagem e princípios da agroecologia. É ciência? É prática? E movimento? Ou são as três questões ao mesmo tempo.

O professor Pablo Tittonel da Universidade da Holanda acrescentou que “a prática e o movimento da agroecologia aliado a resistência de muitos é que influenciaram a ciência”. O Plano Nacional de Agroecologia e Produção Orgânica brasileiro (Planapo) foi citado pela Professora Irene e pelo professor Pablo como exemplos de construção participativa de um plano que, apesar da força política do agronegócio, representa um avanço para as políticas públicas e para aqueles que acreditam e fazem a agroecologia.

A experiência da ASA foi apresentada como exemplo de prática agroecológica adotada. ‘É possível praticar agroeocologia em regiões áridas e semiáridas?’ Esta pergunta foi feita durante as palestras de abertura. No primeiro momento da apresentação se apresentou a ASA e o Semiárido brasileiro enfocando a temática da convivência com a região. Também foi apresentado o Programa Um Milhão de Cisternas (P1MC) e a água para a família, na perspectiva construída no Conselho Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional brasileiro (Consea), da água como alimento. Algumas tecnologias sociais e práticas agroecológicas ajudam a recuperar as fontes de água, através de manejo de solos, implantação de Sistemas Agroflorestais (SAFs). Portanto, a ação da ASA investe nos processos de captação de água de chuva, mas também se preocupa com as fontes de água das comunidades.

A ação do Programa Uma Terra e Duas Águas (P1+2), também da ASA, dialoga com a agroecologia, pois desenvolve processos de mobilização, formação, intercâmbios e tecnologias de captação de chuva para a produção de alimentos e segurança alimentar e para os mercados. Foram citadas e apresentadas todas as tecnologias desenvolvidas pela ASA através do P1+2, além de resultados da ação, como melhoria e ampliação da segurança alimentar das famílias agricultoras, produção excedente para mercados, ampliação de renda e outros.

O evento se encerrou com a apresentação de alguns desafios relacionadas a terra e território, crédito, assessoria técnica e extensão rural, pesquisas, beneficiamento e comercialização da produção.

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