Teve inicio hoje (28), em Campina Grande (PB), o 3º Encontro Nacional de Agricultoras e
Agricultores Experimentadores do Semiárido, que ocorre até quinta-feira
(31). Mais de 260 agricultores dos nove estados do Nordeste e
de Minas Gerais se reúnem para trocar
experiências sobre a biodiversidade e a agroecologia no Semiárido
brasileiro. José Procópio de Lucena está participando do evento, representando o Serviço de Apoio aos Projetos Alternativos Comunitários (SEAPAC).
Na região, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
(IBGE) vivem mais de 27 milhões de pessoas, representando
aproximadamente 12% da população brasileira espalhados em 1.133
municípios do Nordeste e do norte de Minas Gerais. A vegetação
predominante é a Caatinga e uma das principais características do
Semiárido é o déficit hídrico. Mas isso não significa falta de água.
Porém, as chuvas são irregulares no tempo e no espaço, o que exige
estratégias de convivência com o território.
Por isso, o evento busca valorizar e dar visibilidade ao
conhecimento acumulado dessas famílias na construção da agroecologia e
ativar redes de troca de conhecimento focadas na convivência com o
Semiárido a partir dos recursos locais. Com base em testemunhos, os
agricultores analisarão como estão enfrentando os períodos de estiagem.
Serão apresentadas experiências de famílias de agricultores paraibanos
das regiões da Borborema, Cariri e Curimataú, com bancos de sementes
crioulas familiares e bancos comunitários adaptados para o plantio na
região, manejo agroflorestal, criação animal e quintais produtivos.
"No tema dos quintais produtivos, os participantes debaterão sobre a
multiplicidade de papéis do arredor da casa na produção de alimentos,
no bem-estar da família, na geração de renda e na valorização do papel
da mulher agricultora. Já no tema do manejo agroflorestal, conhecerão as
práticas dos agricultores que plantam seu roçado na Caatinga de forma
consorciada com as espécies nativas do bioma, mantendo a vegetação ou
revegetando a paisagem, mitigando os efeitos da desertificação",
informou a assessoria da Articulação do Semiárido Brasileiro (ASA), rede
formada por organizações da sociedade civil que atuam no
desenvolvimento de políticas de convivência com o bioma.
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