Certa vez o cientista francês Antoine Lavoisier disse: Na natureza nada se cria, nada se perde, tudo se transforma". O
que ele precisou de anos de estudo para entender, as famílias do semiárido,
descobriram experimentando. É assim que muitas famílias encontraram formas
criativas de guardar e reaproveitar a água e alimentos como forma de conviver
com o que caatinga ou o cerrado lhe oferece.
É o caso da agricultora Sara Constancia, do estado da Paraíba. Ela percebeu que
a comunidade em que morava tinha água que poderia ser reutilizada para aguar as
plantas. Só que para utilizar Sara desenvolveu uma técnica bastante
interessante para transformar água salobra em água ideal para as plantas.
“Tinha um poço perto de casa, sem utilizar essa
água. Agente viu uma experiência na televisão. Então pegamos um tambor de 200
litros, colocamos no fundo brita, cinza, serra grosso, carvão, fura um buraco,
e coloca o tambor em cima de uma pedra. Enche com a água, e pela torneira a
água escorre para outro recipiente. Dessa água agente água os coentro, alface,
pimentão , e fui aumentando meu quintal. Quando as outras foram vendo também
fizeram. A gente até já produziu para o PAA”, disse Dona Sara. Assim,
muitas famílias agricultoras do semiárido estão mostrando formas de vida sustentáveis
na região.
Você sabia???
As famílias que conquistam as cisternas de placas dos
programas P1MC (Programa Um Milhão de
Cisternas) e P1+2 (Programa Um Terra de Duas Águas), ambos realizados pela ASA
(Articulação Semiárido Brasileiro), participam de cursos e capacitações que são
momentos para compartilhar saberes.
Assim as famílias dialogam, por exemplo,
sobre a importância da água potável ser utilizada apenas para beber e cozinhar
e não ser usada para lavar roupa, dar banhos em animais ou aguar as plantas.
Trocando experiências elas também aprendem a tratar e a usar a quantidade certa
por dia e planejar para evitar a escassez durante o período de estiagem.
As famílias agricultoras do Semiárido podem ensinar muita
gente, especialmente nas áreas urbanas onde muita gente ainda não se deu conta
do uso racional e inteligente d’água.
Adaptado: Riquezas da Caatinga.
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