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sexta-feira, 24 de outubro de 2014

UE conclui acordo contra mudanças climáticas

O principal objetivo é reduzir até 2030 "pelo menos" 40% das emissões de gases causadores do efeito estufa.

Bruxelas - Os 28 chefes de Estado e de governo da União Europeia (UE) concluíram na madrugada desta sexta-feira (horário local) um ambicioso acordo para enfrentar as mudanças climáticas, colocando o bloco na dianteira para a próxima Conferência do Clima de Paris, em 2015.
"Não foi fácil", disse o presidente do Conselho, Herman Van Rompuy. "Mas conseguimos um acordo ambicioso e equilibrado", comemorou.
"Conseguimos estabelecer um marco decisivo para dar à Europa uma voz e uma posição de negociação nas discussões internacionais sobre o clima", declarou a chanceler alemã, Angela Merkel, à imprensa.
O principal objetivo do pacote é o compromisso de reduzir até 2030 "pelo menos" 40% das emissões de gases causadores do efeito estufa, em comparação aos níveis de 1990.
A UE deverá incluir em sua matriz energética ao menos 27% de produção de energia de fontes renováveis. A economia de energia terá uma meta sugerida de 27%, não sendo obrigatória. Soma-se a isso o compromisso de fomentar as interconexões energéticas, um tema de grande interesse para Espanha e Portugal, que permitirá conectar a península ibérica à rede de distribuição elétrica europeia.
O acordo coloca a UE "na liderança" para a conferência de Paris - afirmou o presidente da Comissão, José Manuel Durão Barroso.
"Europa dá o exemplo", celebrou o presidente francês, François Hollande, em conversa com os jornalistas.
"Estou muito satisfeita", admitiu Merkel, ressaltando que ainda há muitos pontos para serem discutidos.
Divididos entre ricos e pobres, os mais "verdes" e os mais poluidores, os 28 países negociaram durante parte da noite os últimos detalhes para aproximar posições.
O único objetivo vinculatório é o de 40% de redução dos gases poluentes. A meta de 27% de energia renovável será ponderada em nível do bloco, e a de 27% de economia energética, apenas um indicativo. Já os projetos de interconexão serão prioritários para acabar com as "ilhas energéticas".
Pelo fim da ilha energética ibérica
Nas negociações, os 28 buscaram distribuir a carga entre os membros na tentativa de acomodar as diferentes demandas.
Líder de um grupo de países que pedia a modernização de sua poluente indústria energética, a Polônia obteve um "pacote de compensações" para que essa mudança seja possível. Foram criados mecanismos de apoio, com base no sistema de certificados de emissão europeu (ETS) alimentado por uma pequena parte das vendas desses certificados.
Já Espanha e Portugal conseguiram tirar a península ibérica do isolamento energético. A UE dará prioridade aos projetos que permitam conectar esses dois países ao mercado energético europeu para que possam colocar seus excedentes de produção.
Pouco antes da conclusão do acordo, uma fonte diplomática disse à AFP que a Comissão Europeia mediará com a França para concluir os projetos de alta tensão nos Pirineus.
"Ninguém questiona os objetivos, mas sim seu desenvolvimento" ou como alcançá-los, explicou a fonte, acrescentando que se espera, em particular, o pacote de investimentos de € 300 bilhões proposto pelo novo presidente do braço executivo do bloco, Jean-Claude Juncker.
Os avanços não foram suficientes, segundo as organizações ambientalistas.
O Greenpeace lamentou que os presidentes europeus tenham "freado uma energia limpa". A organização Oxfam considerou o acordo "insuficiente" e destacou que a UE deve pôr todo seu peso para combater a mudança climática. A ONG Friends of the Earth denunciou, por sua vez, que o acordo "põe os países poluentes na frente do povo".
AFP
Fonte: http://domtotal.com/noticias/

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