Uma experiência da sociedade civil mostra que é possível enfrentar o
difícil clima do semiárido nordestino sem gastar rios de dinheiro. O
Nordeste costuma ter a imagem associada à fome, à sede e à pobreza
provocadas pela seca. A região abriga o mais populoso semiárido do
planeta. São 22 milhões de habitantes, distribuídos em 1.133 municípios,
que se espalham por 915 mil quilômetros quadrados.
Curiosamente, a
área é tida, também, como o semiárido mais chuvoso do mundo, com
registros de precipitações pluviométricas que chegam a 800 milímetros
anuais. As chuvas, no entanto, são concentradas em determinadas épocas
do ano.
Como resultado a conta não fecha, porque a água da chuva
evapora rapidamente devido aos altos índices de insolação da Caatinga.
Em poucos meses, a água acaba.
Os programas governamentais têm
alcançado resultados pífios na amenização dos efeitos da seca, seja com
medidas assistencialistas ou com a realização de obras que consumiram
décadas de trabalho e dinheiro. Mas um trabalho bem-sucedido buscou
soluções simples e baratas.
Ele é resultado da maior mobilização
da sociedade civil no Nordeste, onde três mil entidades — entre
sindicatos, associações comunitárias, instituições religiosas,
organizações não-governamentais e conselhos municipais — participam da
Articulação no Semiárido. A rede ASA, como é mais conhecida, surgiu em
1999, com a proposta de implantar 1 milhão de cisternas no agreste e no
sertão nodestinos, para garantir água potável a 5 milhões de famílias.
A
ASA criou o PM1C, o Programa Um Milhão de Cisternas que, pouco a pouco,
muda a paisagem e a vida do sertanejo, antes fadado a andar até dez
quilômetros por dia para conseguir uma lata de água, muitas vezes de má
qualidade, para abastecer a família. As cisternas implantadas pela ASA
somam hoje mais de 476 mil unidades de 16 mil litros em residências e
mais 850 de 52 mil, em escolas que antes dependiam do carro-pipa para
ter acesso à água.
De acordo com a ASA, a boa administração da
chamada cisterna de placa, que capta água pluvial, garante o consumo
doméstico de água fica garantido nos meses de escassez de chuva. De
tecnologia simples e barata (a implantação custa R$ 2,4 mil por
unidade), os reservatórios provocaram grandes mudanças na vida dos
sertanejos.
Sem precisar passar tanto tempo em busca de água, eles
puderam se dedicar mais às pequenas plantações que sustentam suas
famílias. Educação e lazer se tornaram acessíveis pela primeira vez para
algumas das famílias beneficiadas.
A equipe do O Globo, esteve visitando a comunidade Caiana, município de Campo Grande/RN, onde entrevistou várias famílias beneficiárias do Programa. Para ver a reportagem na íntegra Clique Aqui . fonte: O globo ciência. | ||
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quinta-feira, 1 de agosto de 2013
Sucesso sustentável no sertão ameniza o impacto da seca
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