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quinta-feira, 1 de agosto de 2013

Sucesso sustentável no sertão ameniza o impacto da seca

Uma experiência da sociedade civil mostra que é possível enfrentar o difícil clima do semiárido nordestino sem gastar rios de dinheiro. O Nordeste costuma ter a imagem associada à fome, à sede e à pobreza provocadas pela seca. A região abriga o mais populoso semiárido do planeta. São 22 milhões de habitantes, distribuídos em 1.133 municípios, que se espalham por 915 mil quilômetros quadrados.

Curiosamente, a área é tida, também, como o semiárido mais chuvoso do mundo, com registros de precipitações pluviométricas que chegam a 800 milímetros anuais. As chuvas, no entanto, são concentradas em determinadas épocas do ano.

Como resultado a conta não fecha, porque a água da chuva evapora rapidamente devido aos altos índices de insolação da Caatinga. Em poucos meses, a água acaba.
Os programas governamentais têm alcançado resultados pífios na amenização dos efeitos da seca, seja com medidas assistencialistas ou com a realização de obras que consumiram décadas de trabalho e dinheiro. Mas um trabalho bem-sucedido buscou soluções simples e baratas.

Beneficiária Maria de Fátima S. da Silva - Dr Severiano/RN
Ele é resultado da maior mobilização da sociedade civil no Nordeste, onde três mil entidades — entre sindicatos, associações comunitárias, instituições religiosas, organizações não-governamentais e conselhos municipais — participam da Articulação no Semiárido. A rede ASA, como é mais conhecida, surgiu em 1999, com a proposta de implantar 1 milhão de cisternas no agreste e no sertão nodestinos, para garantir água potável a 5 milhões de famílias.

A ASA criou o PM1C, o Programa Um Milhão de Cisternas que, pouco a pouco, muda a paisagem e a vida do sertanejo, antes fadado a andar até dez quilômetros por dia para conseguir uma lata de água, muitas vezes de má qualidade, para abastecer a família. As cisternas implantadas pela ASA somam hoje mais de 476 mil unidades de 16 mil litros em residências e mais 850 de 52 mil, em escolas que antes dependiam do carro-pipa para ter acesso à água.

De acordo com a ASA, a boa administração da chamada cisterna de placa, que capta água pluvial, garante o consumo doméstico de água fica garantido nos meses de escassez de chuva. De tecnologia simples e barata (a implantação custa R$ 2,4 mil por unidade), os reservatórios provocaram grandes mudanças na vida dos sertanejos.
Sem precisar passar tanto tempo em busca de água, eles puderam se dedicar mais às pequenas plantações que sustentam suas famílias. Educação e lazer se tornaram acessíveis pela primeira vez para algumas das famílias beneficiadas.


A equipe do O Globo, esteve visitando a comunidade Caiana, município de Campo Grande/RN, onde entrevistou várias famílias beneficiárias do Programa. Para ver a reportagem na íntegra Clique Aqui .

fonte: O globo ciência.


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