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terça-feira, 6 de agosto de 2013

Griôs preservam memória e história oral de seus povos em Assentamento na Bahia, que supera a miséria fazendo arte



A comunidade  Rose na zona rural de Santaluz, 260 km distante de Salvador/BA, conta com 140 casas, ruas e uma avenida com canteiro central e é lá que se encontra a história de luta do povo e a figura do griô.
No Brasil, a palavra griô se refere a todo cidadão que se reconheça, ou seja, reconhecido pela sua própria comunidade como: um mestre das artes, da cura e dos ofícios tradicionais, um líder religioso de tradição oral, um brincante, um cantador, tocador de instrumentos tradicionais, contador de histórias, um poeta popular, que, através de uma pedagogia que valoriza o poder da palavra, da oralidade, da vivência e da corporeidade, se torna a biblioteca e a memória viva de seu povo. 
 Tomando conhecimento do griô, a comunidade, que tem seu nome em homenagem a Roseli Salete Nunes da Silva, assassinada no inicio das lutas pela terra do Sul do Brasil de 1995 e ocupada nos meados dos anos, por 80 famílias naturais dos municípios e cidades de Conceição do Coité, Retirolândia, São Domingos e Valente, identificou alguns membros com estas características e colocou em prática.
O Projeto de Assentamento Lagoa do Boi tem uma área total de 1.350.5092 hectares e conta com três áreas de uso comunitário, num total aproximado de 18 hectares e duas áreas de reserva legal, num total aproximado de 15 hectares. Durante bom tempo os acampados moraram em barracos de lonas plásticas e depois conseguiram os primeiros créditos para a construção de suas casas.

A vida no local não é um mar de rosas. Tem lixo acumulado, esgoto a céu aberto, mas quem vivia em barracas de lona preta há 20 anos, hoje tem um teto digno. As casas têm os itens básicos de consumo dos lares brasileiros.
É um assentamento que está dando certo, onde os sem terra estão virando proprietários e experimentando a inclusão social. O que uniu tudo isso foram os projetos culturais, especialmente os dos griôs, em que os mais velhos passam o que sabem para os mais novos, por que para eles prosperar a cultura é tão importante quanto a agricultura.
“As pessoas aqui estão acima da linha da miséria. Somos pobres, mas é um pobre que consegue viver. Cerca de 500 pessoas moram aqui, temos uma casa de farinha, uma sede da associação, posto de saúde, quadra de esportes, energia elétrica, sistema de abastecimento de água e uma escola”, conta um griô da região.

O que chama atenção é o modelo de organização, onde vários assentamentos se uniram formando  uma liga visando captar recursos junto a orgãos públicos e iniciativas privadas, para investir não só na agricultura, e na pecuária, como também no fomento a cultura local.
José Roque Saturnino Lima, coordenador do projeto Expressões Sertanejas, contou que tudo começou ao descobrir que tinha pessoas na comunidade com mais de 40 anos e que iam da roça pra casa, sem qualquer atividade social e depois da valorização da cantiga e o samba de roda, eles foram incluídos na sociedade.  Desta forma, o povoado Rose foi um dos primeiros assentamentos que pediu incentivo para resgatar a cultura dos assentados, virando uma referência no Nordeste.

 Atraído pela organização dos assentados a equipe do jornalista Nelson Araújo passou uma semana na comunidade e descobriu que, para prosperar uma comunidade, a cultura era tão importante quanto à agricultura. Lá, fábulas, histórias e receitas são narradas de forma espontânea e até vira repente.

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