A Diocese de Caicó, SEAPAC, sindicatos dos
trabalhadores rurais e patronais estiveram reunidos com a comunidade do
distrito Barra de Santana, na última terça-feira (30/07) para debater a
construção da Barragem de Oiticica.
O
distrito fica a quinze quilômetros da sede do município, mas deve ser encoberto
pelas 640 milhões de metros cúbicos do futuro reservatório, que será construído
também abrangendo parte do território de São Fernando e Jardim de Piranhas, no
leito do rio Piranhas-Assú.
Segundo o administrador
diocesano, padre Ivanoff da Costa Pereira, o grupo de trabalho que foi ao
distrito ouviu as dúvidas e sugestões dos moradores de Barra de Santana,
principalmente no tocante às indenizações e retiradas das famílias para outra
área.
“Sabemos que cerca de duas
mil pessoas serão deslocadas, inclusive o governo se propôs a criar um projeto
social para atender a todos”, disse o padre Ivanoff. Ele também destacou já
houve reuniões com esse mesmo objetivo em comunidades de Jardim de Piranhas e
São Fernando. “Portanto, pretendemos levar um relatório desses encontros para a
secretaria estadual do Meio Ambiente e dos Recursos Hídricos (SEMARH), a fim de
cobrar as respostas efetivas aos questionamentos do povo residente na área de
abrangência da barragem de Oiticicas”.
Para José Procópio de
Lucena, engenheiro agrônomo e técnico do Seapac, a discussão é bem mais ampla
do que saber onde serão construídas as casas do novo Distrito de Barra de
Santana, que será coberto pelas águas da Barragem de Oiticica. Primeiro que
não somos contra a barragem, e também compreendemos que a obra precisa ser
feita na mesma velocidade das indenizações, das desapropriações, dos reassentamentos,
do projeto social, das negociações, inclusive da dívida dos agricultores que
devem aos bancos, da qualidade da moradia, do saneamento básico, dos
equipamentos comunitários do distrito como Posto de Saúde, escolas, áreas de
lazer, Igrejas, Cemitério. Além dos bens materiais que os agricultores querem
discutir, também tem o campo da história, do seu passado, de suas vidas, de
suas culturas, do seu modo de viver, e que também sejam ouvidos. Não sejam
tratorados, não saiam na base do pontapé”, disse. Para ele o ideal é que haja a desapropriação e o pagamento de 100% da terra
nua, o pagamento de 100% dos benefícios lá instalados a preço justo e que os
agricultores continuem na terra. E no caso de grandes propriedades, que sejam desapropriadas
e sejam feitos assentamentos para os trabalhadores sem terras.
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