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terça-feira, 19 de novembro de 2013

Intercâmbio interestadual promoveu troca de experiências entre agricultores do RN e do CE


Durante os dias 05 à 07 de novembro, os beneficiários do P1+2 (Programa Uma Terra e Duas Águas), dos municípios de Lagoa Nova e Cerro Corá, no Rio Grande do Norte, estiveram no município de Itapipoca/CE, para conhecer experiências de quintais produtivos. Acompanhados de técnicos do Centro de Estudos do Trabalho e de Assessoria ao Trabalhador (CETRA), os agricultores visitaram a Feira de Agroecológica e Solidária de Itapipoca. Mariquinha's, Conceiçõe's, Graça's, Tica's, Chico's, José's, saíram cedo de suas comunidades para vender os mais diversos produtos orgânicos produzidos nos quintais de suas casas. Hortaliças, frutas, ovos, galinhas, carimã, bolos, flores, plantas medicinais, mel, são alguns dos muitos produtos que são vendidos a cada 15 dias na praça da matriz da cidade. Para o feirante Aderbal de Moura, há 08 anos a feira parecia um sonho que estava muito distante, além do horizonte. "A partir de uma capacitação sobre agroecologia percebemos que nosso quintal produzia muito e o excedente produzido era desperdiçado, daí surgiu a ideia de criação da rede de agricultores e da feira", disse Aderbal. Em seguida o grupo dirigiu-se a comunidade Mergulhão dos Robertos, para conhecer o quintal do senhor João Domingos Félix, mais conhecido como seu Chico, o agricultor possui uma cisterna de enxurrada, onde com a água armazenada nas últimas chuvas, pôde plantar uma diversidade de cultura e o excedente produzido vende de porta em porta nas comunidades. "Depois que eu comecei a vender o cheiro verde, já pude comprar bastante coisa que tinha vontade de adquirir em bem material e também a alimentação melhorou", disse.
Na mesma comunidade vive Dona Valdina, que a 5 meses que produz hortaliças e consegue ter uma renda média de R$800,00, vendendo para o PNAE e nas casas dos vizinhos. Após a visita Dona Valdina, ofereceu um almoço produzido com produtos do seu próprio quintal. Distante 30 km, seguimos para o município de Trairi, onde visitamos o Assentamento Várzea do Mundaú, na comunidade Vieira dos Carlos, onde vivem 200 famílias. O grupo foi recebido pelo seu Zé Júlio, presidente da Associação, onde em uma roda de conversa contou um pouco da história do assentamento, marcado pela luta na conquista pela terra. Seu Zé, é beneficiário de um PAIS (projeto de Produção Agroecológica Integrada e Sustentável), uma parceria do Sebrae e do Banco do Brasil. Com a água captada de um poço no quintal de sua casa, ele produz hortaliças, onde comercializa semanalmente nas feiras agroecológicas dos municípios de Itapipoca e Trairi, e consegue uma renda variando entre R$ 80,00 à R$ 300,00. O agricultor é um dos construtores da Rede de Agricultores, que abrange municípios do Território do Curu, e Aracatiaçu. O seu maior orgulho é ter aos 50 anos, concluindo  o ensino médio. “ Quando eu saia com o livro debaixo do braço, os vizinhos diziam para onde este “abestalhado”, vai? Por isso que eu digo que o agricultor deve ter é persistência”, concluiu.   
Ainda no assentamento os participantes do intercâmbio, puderam conhecer três experiências realizadas pelos jovens da comunidade: A Casa Digital Pedro Felix da Silva, o Viveiro de Mudas e o grupo musical “O Canto do Sabiá”. Pôde-se perceber que a juventude rural se organiza nas ações sócio- culturais, e que o trabalho do grupo musical O Canto do sabiá e da Casa digital, no Assentamento Várzea do Mundaú, faz os jovens consigam, através da música e do acesso à informação, enxergar outras possibilidades que há no campo. Assim, o intercâmbio foi finalizado com o grupo O canto do Sabiá, ao som da pancada do ganzá e com a batida do tambor, em uma grande ciranda, com músicas raízes.





 


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