Os bispos do Regional Nordeste 1 da CNBB
divulgaram no último dia 20, durante entrevista coletiva, uma declaração sobre
o atual momento da seca no Ceará. Segundo os bispos e representantes
das entidades que assinaram o documento, “o Semiárido está mergulhado em
uma das maiores secas dos últimos 40 anos. Este fenômeno é previsível e
seus efeitos sobre a população são extremamente graves com
consequências em odos os setores da região”, denunciam no texto.
Participaram da coletiva os
bispos: de Limoeiro do Norte e presidente do Regional Nordeste 1, dom
José Haring; de Iguatu, dom João Costa; de Itapipoca e presidente da
Cáritas Regional, dom Antonio Cavuto; de Sobral, dom Odelir José Magri;
e o bispo auxiliar da arquidiocese de Fortaleza, dom José Luís
Vasconcelos. Ainda, conforme a declaração, na
atualidade, “aproximadamente 36 municípios se encontram em plena
situação de colapso hídrico sendo abastecidos por carros pipas via
defesa civil”.
O texto apresenta propostas de ações
emergenciais e estruturantes, como o abastecimento "imediato e contínuo
das cisternas com água tratada distribuída gratuitamente pelas empresas
públicas estaduais e municipais de abastecimento de água e/ou exército" e
a reestruturação "da política estadual de distribuição das águas, que
tem servido ao hidro e agronegócio, democratizando o acesso a partir das
comunidades camponesas, entre outras".
Para dom José Haring a Igreja procura
se envolver, em cada diocese, buscando soluções para o problema do
clima, e os bispos, membros do Conser, partilham e discutem as
experiências de cada Igreja diocesana. Já o bispo de Iguatu, dom João Costa,
afirmou que a prioridade do Brasil não são as grandes e onerosas obras,
mas sim pão e água. “Ninguém vive sem pão e água!”, enfatizou.
A declaração é assinada pelo Regional
Nordeste 1 da CNBB e por organizações da sociedade civil, como:
Federação dos Trabalhadores e Trabalhadoras da Agricultura do Ceará
(Fetraece); Fórum Cearense pela Vida no Semiárido (FCVSA); Movimento dos
Atingidos e Atingidas por Barragem (MAB); e Movimento dos Trabalhadores
sem Terra (MST).
A íntegra da declaração encontra-se disponível no site: http://www.arquidiocesedefortaleza.org.br
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