Dom Mariano, Dom Jaime e Pe. Ivanoff (Foto: José Bezerra) |
Famílias e proprietários de
terras de Barra de Santana em Jucurutu e dos municípios de São Fernando e Jardim de
Piranhas realizarão uma Romaria no entorno das obras Barragem Oiticica, neste
sábado, dia 17 de maio, às 5 horas, em mais uma ação da luta pela preservação
dos direitos e justiça nas indenizações das propriedades que serão cobertas
pelas águas da Barragem. A Romaria sairá da Igreja de Santana, na Comunidade de
Barra de Santana, passará pelo cemitério da comunidade, pelo eixo da parede,
Alto do Paiol e Canteiro de Obras. O ato contará com a presença do Arcebispo de
Natal, Dom Jaime Vieira Rocha, do Bispo de Mossoró, Dom Mariano Manzana, do
Administrador Diocesano de Caicó, Pe. Ivanoff da Costa Pereira, e do pároco de
Jucurutu, Pe. Erivan Primo. Também confirmaram presença representantes de diversos
movimentos sociais, entre os quais o SEAPAC, MST, a CUT, a FETRAF, FETARN e Sindicatos
dos Trabalhadores Rurais.
A Romaria terá quatro paradas e
em cada uma delas haverá breve reflexão sobre diversos temas. A Romaria começará na Igreja, onde haverá um resgate da história da comunidade; passará pelo cemitério, onde haver o resgate da memória do povo do lugar; pelo eixo da parede, onde se falará sobre as riquezas da
comunidade e a ratificação de que todos querem a barragem, porém com a indenização
justa pelos bens que possuem na área; no Alto do Paiol, se falará sobre o futuro da
comunidade, como a terra prometida; e no canteiro de obras, lugar que
representa a organização da comunidade, povo de Deus, que luta pelos direitos e
pela justa indenização dos imóveis de cada um dos atingidos.
Outro foco da luta do povo de
Barra de Santana e da área atingida pela Barragem surge em forma de pergunta:
“quem está prendendo o dinheiro da obra e das indenizações”? A pergunta levanta
a possibilidade de haver interesses políticos por traz da não liberação dos recursos
para o pagamento das indenizações.
Os recursos para a construção da Barragem e
para as indenizações foram garantidos pelos Governos Federal e Estadual, na
seguinte proporção: do Governo Federal, 93,89% do total dos recursos da obra, orçada
em R$ 311 milhões de reais; e, do Governo Estadual, 6,11% do total dos
recursos. Até agora há informações de que já foram investidos R$ 27 milhões de
reais na construção da Barragem, mas o Governo do Estado não pagou nenhuma das
indenizações, o que se constitui um desrespeito aos preceitos da Constituição
Brasileira. Em obras dessa natureza, a Constituição determina que as
indenizações serão feitas antes do início das obras físicas. “A lei estabelecerá o
procedimento para desapropriação por necessidade ou utilidade pública, ou por
interesse social, mediante justa e prévia indenização em dinheiro, ressalvados
os casos previstos nesta Constituição” (cf. art. 5º, inciso XXIV).
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